domingo, 4 de maio de 2008



Entre os amigos que me restam, cujas vidas Deus guarde por muitos anos, todos incluem na conversação o sector das belas artes.

Reunimo-nos para beber a "nu e cru", ou "à tripa forra".

Falamos de tudo o que é divino, de tudo o que é humano e, em certas ocasiões, de tudo o que é desumanizado, por exemplo a política.

Eu escuto, mas não com o desejo de aprender, mas sim para não transitar por esses caminhos ímpios, que ao mais simples acabam por conduzi-lo ao Parlamento.

Agora alguns amigos falam das primárias e outros do preço do arroz.

Deputados, reputados, dirigentes e ingentes do PPD, concentram-se na petição das próximas "primárias", que são uma espécime de directas, onde todos mudam as marés de opinião.

Outros, não são absolutamente partidários, já que preferem navegar por águas tranquilas, ainda que turvas.

Junto dos que aprovam a opção, Bananeiro, ou Santana L., ou F. Leite, ou pois Antão, estão os que só qualificam o acto de interessante e ao lado destes, figuram os que repudiam o projecto deste ou daquele, dizendo que não são próprios e não estão nunca os que eles chamam de "cultura da laranja".

A agricultura tem seguido calamitosa.

Como o primeiro é sempre o primeiro, o arroz é o protagonista minucioso de outras conversações.

Será possível que o seu preço vá alcançar um recorde precisamente em tempo de crise?

Já sei que não constitui o alimento básico de deputados e dirigentes mas há que deixar a dieta a todos os que não recebem dietas cada vez que se reúnem.

Nos EUA restringiram a sua venda e já sabemos como se repercutem as coisas do Império nesta longínqua província.

De maior transcendência colectiva parece-me o futuro das "paellas" que
a confusão que se está a guisar nas apinhadas cozinhas do PPD, alimenta.

A ONU pediu ajuda extra de 320 milhões para afrontar a escalada dos preços dos alimentos indispensáveis.

Aos políticos não lhes importa o que aconteça com o arroz.


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