quarta-feira, 23 de abril de 2008

HAJA CALMA


Não morra sem o código de barras!




Aconselharam-nos que ainda que percamos o emprego, não devemos perder os nervos.

Em Espanha, tanto o presidente do antigo governo, que é o actual presidente do actual governo, bem como o líder da oposição, que é o mesmo líder da oposição de então, coincidem nas suas estratégias que se podem resumir numa: têm que aguentar-se quatro anos.

O que são quatro anos na vida dum ser vivo? dizem os místicos, que são sempre gentes que procuram que a sua estadia na terra se aclimate à vida eterna.

Por outro lado, o tango assegura que 20 anos não é nada.

Como se mede o tempo, que é algo que tem mais a ver com o sentimento que com a distância?

Para mim, que sou a pessoa que tenho mais á mão, quatro anos supõem uma barbaridade.

Não espero nem desejo consumir esse prazo.

Pedirem-me que os transmita com calma, parece-me não só uma impertinência, como uma falta de educação.

Compreendo que haja que prevenir o pessoal, não sejam apanhados de surpresa, que no futuro vão passar pior.

Levará o seu tempo que toda a medíocre classe política se coloque de acordo para dedicar o seu horário a solucionar as coisas, em vez de empregá-lo em recriminarem-se mutuamente, o mal que vêm fazendo mais ou menos alternadamente.

Por cá até se guerreiam os irmãos de cor.

Parece-me que no nosso mercado, as laranjas não são calibradas e umas são mais sumarentas que outras.

Em Espanha há alguns sinais confortadores: Zapatero reconhece erros e oferece pactos.

Em troca, Rajoy oferece-se para perpetuá-los.

No que estão de acordo os dois é pedir-lhes serenidade.

Há que ter calma, muita calma.

Ainda que nos ocorra como aqueles espectadores do teatro, quando se declarou um incêndio.

Ninguém se moveu quando ouviram o grito, Fogo!!!,
Fogo!!!

E morreram todos calcinados.

O que é que mais nos convém?

Seguir esses conselhos ou seguir a pista do dinheiro sobrevivente?

A mim ocorre-me, como aquele senhor que confessava que teria o dinheiro para chegar ao final da sua vida, com a condição de não gastar dinheiro nenhum.

É por isso que, penso eu, falta pouco para vender a barraca das misérias e procurar outra, com mais fartura, do outro lado da fronteira.

INTÉ!!!





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