sábado, 8 de março de 2008

TABULETAS e LETREIROS


Letreiro numa loja, no Cairo.







O idioma, que é a verdadeira pátria de cada um, não deve impedir ninguém de viajar por outros locais e papaguear, como se diz em calão, outras línguas, mal e porcamente, como também vulgarmente se diz.

Li há poucos dias num jornal espanhol, que está aberta uma guerra, mas esta é de "salsa e manjerona", mais propriamente um conflito de letreiros, (os espanhóis, tal como nós, são especialistas em inventar problemas, só para depois encontrarem laboriosas soluções).

Até para a Galiza, alastrou o mesmo problema.

Discutem em que linguagem devem ser impressos ou "escritos" as mensagens publicitárias e esses anúncios que como bem observou Tono, (*), todo o mundo lê, já que a diferença para as grandes obras literárias é que só são lidas por alguns, pois os outros só lêem quem as escreveu.

Foi caricato o candidato, Rajoy, citar num debate televisivo um empresário que pelos vistos foi multado, por ter o letreiro em catalão.

Parece-me que a única coisa que conseguiu foi encolerizar mais os semi-adormecidos nacionalismos, que constituem uma minoria de alta estirpe.

Ao contrário, os chineses, que possuem muitas e variadas lojas, podem usar o seu maravilhoso e melodioso idioma, sem represálias.

Salvo erro, a norma linguística da "Generalitat" - o governo autonómico -, absolve os comércios dirigidos pelos imigrantes e coloca objecções aos proprietários dos estabelecimentos, em determinadas regiões autónomas, o que não deixa de ser caricato, além de ser significativo.

O ideal seria a tolerância absoluta: se alguém quer anunciar ou publicitar uma salsicha de Frankfurt, deve ter o direito de o fazer em alemão e quem quiser vender um biombo chinês, deve-lhe ser permitido anunciá-lo em chinês.

A variedade confusa ou desordenada de letreiros, torna mais amenos os percursos dos passeantes nas grandes cidades, incluindo os que se passeiam nas diversas regiões autónomas, pois é, porque têm mais tempo livre.

Numa minúscula "taberna-petisqueira", li algures há meia dúzia de anos, um letreiro que dizia:

"As amêijoas, (**), que se vendem neste estabelecimento, são as mesmas que trabalharam no filme - Tubarão -.

Também vi em Málaga, um letreiro que dizia:

"Necessitamos de clientes. Não se exige experiência!"


(*)
Antonio de Lara Gavilán, (1896 – 1978), conhecido pelo pseudónimo de "TONO", deixou a sua marca, ao longo da sua vida profissional como caricaturista, cartunista, escritor, autor de teatro, e até chegaria a alcançar fama e sorte no cinema.

(**)
Não sei se seriam os bivalves, se no sentido figurativo, as vulvas.


2 comentários:

Anónimo disse...

Siempre se habló en Barcelona en la viril lengua de Cervantes........

xistosa, josé torres disse...

Barcelona es mi segunda vida!
Una ciudad que dejame añoranza.
Mi español es malo.
No hablo y tampoco escribo bien.
Saludos de uno português!