terça-feira, 11 de março de 2008

MEMÓRIAS QUE NÃO SE PERDEM



Acabou!

Já há vencedores e vencidos nos nossos vizinhos que são muito mais católicos que nós, (basta ter lido os apelos, ao voto, quase dramáticos e pungentes das altas esferas eclesiásticas, que levou até lá o nosso representante no Vaticano, como representante deste).

Aqui ao lado passou-se algo incompreensível, mas fácil de compreender se observarmos a conduta dos contemporâneos, sessenta anos depois.

As denúncias por desaparição, torturas e exílios forçados durante a guerra civil, segundo a "Audiencia Nacional" não podem ser considerados um delito contra a humanidade, já que esta não existia durante a bárbara contenda.

Uma piedosa forma de Alzheimer que pode fazer bem a todos os espanhóis, mas que não deixa de ser injusto, já que uns caíram por Deus e por Espanha e outros caíram porque a República não podia suportar-se e uns foram cavalheiros mutilados de guerra e outros fatídicos coxos, ainda que a ambos lhes falte uma perna.

A uns a direita e a outros a esquerda.

Todas as terras são frutuosas para semear o rancor e muitas terras espanholas, produzem magníficas colheitas.

Fizeram bem uma coisa muito difícil, a chamada transição e, a intenção de rectificá-la constitui uma grande torpeza.

As ressacas são más, sobretudo quando se bebeu sangue.

Caminham "agarrados ao ontem", que é como se denominam num certo país onde se fala espanhol, também chamado castelhano, no dia seguinte ao de terem ingerido um pouco de álcool a mais, ou seja, o suficiente.

Talvez até fosse benéfico que a "Santa Madre Iglesia" não mostrasse favoritismo por nenhum dos seus filhos, já que todos são filhos de Deus e se deixe de histórias, salvo a História sagrada.

Já sabemos como acaba a História, com maiúscula.

O Holocausto, onde os nazis conseguiram assassinar cerca de 11 milhões de seres humanos, agora é uma historieta, principalmente para os pais, que não foram exterminados, dum monstro qualquer, que é um presidente qualquer, dum país qualquer do Médio Oriente.

Assim acaba a memória histórica.

Já o presidente venezuelano, Hugo Chavez, quer exumar, Simão Bolivar, para saber se morreu assassinado.

Também se fez isso com o cadáver de Napoleão.

Creio que encontraram restos de arsénio no seu imperial penacho.



1 comentário:

Luís Maia disse...

Xistosa

bem esgalhado, como aliás é habitual

Luís Maia