sexta-feira, 28 de março de 2008

IGUALADO, PLANO, LISO









Confesso que sempre me inquietei ouvir gritar "igualdade!", a um corcunda, sobretudo, quando não tem corcova.

A igualdade deve ser um ponto de partida, não de chegada.

O que corre mais, que seja porque tem mais pressa ou mais capacidade pulmonar ou mental.

Ou melhor, que tenha uma noção mais aclarada de onde está a linha de meta.

Os "disputados", perdão, despudorados, não, deputados, ainda que eu não saiba de onde partiu a ideia, nem queira saber, falaram há uns tempos, (nem sei se a discussão começou no século passado), sobre quotas.

Não aquelas normas, pouco mais que anormais, debandadas do Parlamento Europeu, para se pescar menos ou deixar de semear tomates, mas algo mais humano.

As listas dos diversos partidos, reconhecerem algum mérito ás mulheres que lhes tratam da roupa, os alimentam, os acarinham, que lhes preparam os discursos que depois até nem conseguem ler, engasgam-se, que os assessoriam em grandes e pequenos nadas, que muitos delas são tratadas abaixo ... não são mais do que isso.

NADA!

Penso que não era necessária qualquer lei.

Era seguir a lei da vida em sociedade e igualdade, porque por decreto, penso ser uma inutilidade, talvez até um fracasso.

Já não basta a diferenciação de vencimentos e havendo mais deputadas que deputados, até aí se poupa. (Não posso defender tal, como parece óbvio!).

Há muito que Simone de Beauvoir, que teria defeitos, como nós e as nossas mulheres, mas não o de ser tonta ou idiota, nem de rodear-se de idiotas, disse que, "não se nasce mulher, nasce-se pessoa".

Entre nós, onde tudo é sempre diferente, todos os partidos fracassaram na lei da igualdade, o que converte em foragidas muitas mulheres.

Talvez até deste fracasso sejam culpadas algumas furibundas feministas, porque, sobretudo, são respeitáveis os homens, que não se conformam em sê-lo, querem ser machistas, muito machistas.

Esperemos por novas fórmulas para futuras eleições.

A chamada "paridade" como coincidência é uma semelhança excessiva e como casualidade é uma explicação insuficiente.

Por umas coisas e outras não temos lidado bem com este assunto fundamental, mas tudo estava pior e bastante, há cinquenta anos.

Não é necessário recuar tanto.

Há trinta e cinco anos, a minha mulher, quando foi comprar um automóvel, com dinheiro, exigiram-lhe a autorização do marido.

Só para tornar mais amena a felicidade compartida, disse-lhe:

- "Não te autorizo".

Não posso escrever aqui, como homem, as coisas que ela me disse.


1 comentário:

mac disse...

Haver quotas, isso sim é discriminação. É dizer "Estás aqui, porque fomos obrigados por lei a ter-te aqui", quando havia de ser "Estás aqui, porque o mereces. Trabalhaste para isso".