quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

- Os grandes feitos estão reservados para os grandes homens ! (Miguel de Cervantes, escritor espanhol, 1547-1616)

CUSPAM PARA O AR










Não é certo que os dois partidos maioritários tenham deitado toda a lenha para a fogueira, nestes dias anteriores à campanha oficial: reservaram boa parte do mútuo carregamento para atiçar-se desde o seu começo.

Não se pode dizer que tenham perdido as formas, já que nunca foram donos delas.

- Há um ambiente hostil.

- Digam-mo então a mim, que já me deram dois.

Alguns manifestantes especialmente exaltados, abanaram e cuspiram um par de conselheiros madrilenos do Partido Popular.

Todavia o abanar ou sacudir, que vem do limpar o grão ou a uva, passando-os por uma "peneira", que é um crivo, como se pode admitir.

O cuspir está pior.

Pelos vistos, não há a menor ideia que aprendamos as boas maneiras.

Aos guarda costas esperam-nos dias duros porque isto não foi mais que um começar.

A presidente do PP de Madrid e da Comunidade Autónoma de Madrid, Esperanza Aguirre, teve que entrar de novo no Hospital Infanta Cristina de Parla, pela porta das traseiras, mas muito mais doloroso teria sido que não pudesse sair.

O espanhol médio é tão tolerante que admite qualquer coisa menos que haja outros compatriotas que não pensem como ele, (Estou um pouco confuso, mas parece-me que há, pelo menos, mais um país assim!)

Deviam reflectir sobre o aborrecido que seriam umas eleições se todos votassem no mesmo partido.

Além de deixar uma data de gente sem trabalho, não existiria a menor intriga, nem se fariam apostas, nem sequer especular com o "empate técnico".

A diversidade é a grande musa do mundo e está muito bem que a euforia seja alternativa, segundo vão sendo conhecidas as sondagens de opinião, que nunca podem aprofundar muito, já que soam a muito superficiais.

Quiçá o que mais urge seja fazer uns cursos de democracia, mas não há tempo.

Haverá que deixá-lo para a próxima vez.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

- Saber de cor não é saber, é conservar aquilo que se deu a guardar à memória ! (Montaigne)

NEGAR … NEGAR !

Casal McCain


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Pedir-lhe a um candidato que a sua alma esteja tão impoluta como a sua túnica é excessivamente luminoso, por muitos focos que lhe incidam em cima.

Para chegar a sê-lo teve que saltar, com os pés juntos e mais ou menos airosamente, por cima de muitos companheiros de partido e chapinhar em barro como o barro salpica sempre.

Não faz falta, ainda que não estorve, para ser um bom governante.

Já Ortega (*) apontou a teoria de que a honestidade, sem negar que seja uma virtude, é um atributo menor num homem de Estado.

Que Deus nos dê a Julio César, ou a Churchill, para não irem tão longe, quando tiverem flancos débeis!

Exigir a um candidato acrisolada conduta doméstica, equivale a exigir a um grande legislador que tenha boa letra.

Leva bastante tempo a campanha de John McCain, com vista ás eleições presidenciais que os EUA celebrarão em Novembro, mas tudo se desequilibrou ou oscilou ao aparecer uma confusão de saias.

O senador pelo Arizona é bastante ancião, mas atribui-se-lhe uma agradável relação com uma loira esbelta e sorridente, uns 30 anos mais jovem que ele.

O homem fez o único aconselhável nestes casos: morrer negando.

Também se retratou junto da sua esposa, que também é loira, mas sorri menos que a outra.

Pode arruinar-se uma carreira por uma coisa assim?

O presumível adultério ameaça-o tirá-lo dum meio quando estava no ponto mais alto, mesmo que não tenha pinta de ganhador absoluto.

Segundo os analistas, o que se perfila como hóspede da Casa Branca é Obama, que é negro, mas não sinceramente negro.

Uma experiência curiosa.

Oxalá que não lhe descubram um caso com um relacionamento com uma negra, com uma loira ou uma que faça cenas.

Seria muito negro!

(*) José Ortega y Gasset, (Madrid, 9/05/1883 - 18/10/1955), filósofo espanhol, autor da célebre frase, "Eu sou eu e a minha circunstância, se não a salvo a ela não me salvo eu".
Viveu exilado em diversos países e cidades, entre elas, Lisboa.
Para Ortega, o homem, é o problema da vida, entendendo por vida, o incomparável, o único, o concreto.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

- Proletários de todos os países, uni-vos ! (Karl Max)

ELEIÇÕES = PROMESSAS









É curioso o facto de que muitas pessoas com quem lido muito bem, se deva à circunstância de que as não conheço pessoalmente.

Nessa nómina de comunidade de sentimentos e de inclinações afectivas figura o Ministro espanhol da saúde, salvo erro, Bernat Soria.

Parece-me um dos poucos contemporâneos que habitam entre nós. (Não falo no 1º Ministro, pois é a figura de proa do actual governo).

Agora acaba de formular o último oferecimento eleitoral.

Foi por um pêlo, já que hoje é o grande debate, que não sabemos o tamanho que terá.

Zapatero e Rajoy, enfrentam-se no ringue plano dos televisores.

Veremos quem é mais encantador, mais convincente, mais sincero e mais fotogénico.

A ambos, adiantou-se o ministro da Saúde, com duas ofertas muito difíceis de recusar pelos jovens: diminuir o IVA dos preservativos, sobretudo quando lhes chamem, camisas-de-vénus e garantir a qualidade das bebidas alcoólicas que se vendem para as orgias foleiras da chamada "garrafaria rasca".

Todos os políticos, sejam de que partido for, intentam sempre, fazer-nos felizes.

Que melhor procedimento, que evitar as doenças venéreas e a cirrose?

Acertou Bernat Soria, que é um científico e portanto um humorista, digo, um humanista.

Já se sabe que o recomendável é entrar em sítios de toda a confiança: sejam organismos ou bares.

Quem evita a ocasião, evita o perigo, ouve-se dizer, mas quem o diz, omite, que as ocasiões não são nunca evitáveis.

Nada mais oportuno e necessário que a oferenda do senhor ministro: não só pode contribuir para a felicidade dos "beberrões" que se reúnem para a olimpíada urbana de álcool e sexo, como também para quem aspira a conseguir essa quantidade mensal.

Já falta menos e há que ter paciência.

Basta com que ganhe um, dos que se debatem esta noite!

- A saudade não mata, mas martiriza um coração sincero !
(xistosa)

NÉSCIOS ? ? ?





Não há dúvida que ás vezes a sociedade mostra-nos uma faceta onde podemos apreciar a grande diversidade de espécies que se encontram a viver nela.

Todo o tipo de classes sociais e económicas se misturam nesta selva de asfalto.

E se separo os conceitos, social e económico, porque hoje em dia não me é possível dizer - nível socioeconómico - o nível de desenvolvimento social, cultural, já não representa o mínimo do nível do poder aquisitivo da gente.

A verdade é uma lástima como a sociedade se corrompeu a si mesma, criando subgrupos sociais que não falam mais que da pobreza cultural que temos neste país e do estereotipado em que se encontra a nossa sociedade

Falar de "néscios" é um grande exemplo disto … no final do dia, mas quem é um néscio?

Um néscio, para mim, é uma pessoa que independentemente do seu nível económico, carece totalmente de cultura e educação, é uma pessoa cujo grau de refinamento é nulo.

O erro, creio eu, está em utilizar este termo para referir-se a pessoas morenas, simples, ou humildes, a gente que não é considerada “beauty people” … porque então estamos a limitar tudo à imagem ou ao dinheiro e nem sequer à imagem enquanto ao gosto para vestir-se e comportar-se, estamos a limitar à simples estética, (obviamente mal compreendida) … parâmetros estéticos estabelecidos, além do mais, por critérios totalmente racistas e elitistas.

Um exemplo muito claro do que considero um néscio é o seguinte: alguém, que apesar de trazer uma "grande máquina", coloca-lhe luzinhas e enfeita-a com "macacos" de peluche no retrovisor.

Alguém que se atreve a sair à rua com auriculares.

Alguém que chega de joelhos à Câmara, pensando ser a Catedral ou Basílica.

Néscios, os que se servem de vinho tinto com pedras de gelo e põem molho picante mexicano num queijo camambert …

Enfim, o ponto é que está demais como cada vez mais vemos estes subgrupos sociais discriminando-se uns aos outros, com base em critérios realmente estúpidos e pouco reais.

Por exemplo o que se passa nas discotecas, cada fim de semana, onde grupos são agredidos e impedidos ou rechaçados a tacos de basebol, da maneira mais grotesca, desses antros, porque o porteiro não esteve à altura do lugar que ocupa.

Mas, em que se baseiam estes raros e poderosos tipos?

É ridículo, porque creio que há dois tipos de critérios: um, em que te vêem "nice-face" e outro, que ainda que te vejas como doutra galáxia e o esbanjamento de dinheiro seja tal, que os convenças a deixar-te entrar porque vais lá deixar uma "catrafiada" de euros, nessa noite.

O patético é que muita gente que tem muita "guita" mas que são uns verdadeiros néscios, muitos dos famosos porteiros da noite, pessoas que têm mil poderes e se sentem "super nice", não têm o mínimo nível de preparação e educação.

E é aí que tudo se vira … tão incongruente e ilógico.

Acredito que o importante não é quanto dinheiro tens, nem a cor da pele, nem o apelido que te protege o teu nome … o importante deve ser a educação, os valores, a categoria, (à antiga), a cultura, a capacidade de ajuizar, o trabalho, o esforço em geral para sair airosamente … senão, jamais vamos dar um salto qualitativo como sociedade, jamais sairemos deste ping-pong social em que nos encontramos estagnados …

No fim, depois deste "debraye" sobre a sociedade, só me resta dizer que … ainda que a memória seja curta, nunca os esquecerei, sempre estarão na minha mente e nunca mudarão porque são hiper bonitos, (ainda que à maioria não os conheça) …

Goethe disse:

" O comportamento é um espelho no qual cada um mostra a sua imagem".


domingo, 24 de fevereiro de 2008

- O tempo é muito lento para os que esperam.
Muito rápido para os que tem medo.
Muito longo para os que lamentam.
Muito curto para os que festejam.
Mas, para os que amam, o tempo é eterno ! (Willian Shakespeare)

COMO EVITAR A TERAPIA DOS PARES … ( E NÃO MATAR-SE NA INTENÇÃO)











Fica-me mais que hiper claro que conviver com alguém, num plano de parelha, com tudo o que esta palavrita implica, está demais … o saber ceder, compartir, comunicar, etc., são coisas que não só com o passar do tempo aprendemos e adquirimos, de facto são como super poderes, porque é muito difícil saber relacionar sempre acertadamente e a quem o faz, os meus mais humildes respeitos e reverências.

É um feito - cientificamente comprovado - que, se, se nos enamoramos perdidamente, apostamos todas as "fichas" na relação e passam dias, semanas e ás vezes meses, antes de ter o mínimo atrito, problema ou discussão com o adoçante dos nossos morangos … e é aqui que começa a verdadeira arte das relações em parelha, onde já sem rodeios, (com ou sem acaso ou sorte), descobres que o teu pedacito de céu não é perfeito, como pensavas … eh!eh!eh! … e é neste momento que temos de fazer uso das nossas armas e segredos, para saber como matizar ou diversificar, esconder, curar ou dissimular estas pequenas imperfeições … como ?

Bem, pois é muito fácil … ( já que não existe o anjo maçã do rosto para as relações), o meu conselho é o seguinte - com uma base 100 % empírica, eh!eh!eh! - :
a chave de tudo, resume-se a uma só palavra, EXPLORAR … explorar em todos os aspectos e em todos os lugares, levá-lo mesmo á fronteira com o desconhecido, para descobrir até onde podes chegar … nunca fazer sempre o mesmo, o que "todo o mundo faz", mas converter a relação numa espécie de risco, (Risk), onde cada país é uma nova experiência e onde cada um tenha uma missão secreta para assim manter uma dose de mistério.

Imaginares o teu par como um infinito número de terras por conquistar e assumir o rol ou lista de Alexandre Magno ou de Napoleão … ( e é de tormentos, porque logo te encontras com cada cultura que "oh my goddddd" colocas a tua bandeira e só queres saquear o lugar eh!eh!eh!) … enfim ... eu pelo menos vivo o dia a dia numa caravela sem rumo, buscando o desconhecido e volta e meia desfrutando do que já me é familiar … e é, largamente, só que te une mais … e no meio vaaaaaai que te divertes …

A graça está em abrir-se o mais que se possa para dar passagem ao novo … e não encerrar-se no acostumado e na rotina …

sábado, 23 de fevereiro de 2008

- Aquele que melhor se conhece a si mesmo, é o que menos se exalta ! (Platão)

CONTRA VENTOS e MARÉS









No estreito, (de Gibraltar), deu-se uma ventania e o ar pôs-se a mais de cem à hora, sem que Neptuno o tenha multado.

Destroçaram-se praias e os que capturam os escondidos pequenos bivalves e os peixes nossos de cada dia, não sabem agora, como os devem pescar.

Foi a ruína.

Os trabalhadores do mar, cifram em muitos milhares de euros os prejuízos.

As gaivotas sempre esfomeadas desapareceram. (Há falta de outras marcas ou recordes, tenho a mania de contar gaivotas).

Acredito e creio firmemente, que o vento protesta por ter convertido o estreito num cemitério marinho.

Quantos barquitos, cascas de noz, serviram de ataúde, enquanto estou a escrever isto, a imigrantes com e sem documentos?

Não estaremos a esquivarmo-nos com tantos discursos?

De momento descobre-se um método magnífico para diminuir o desemprego: contar os desempregados das intempéries.

Não considerar desempregados quem necessita de formação, encurta muito as estatísticas.

É um problema de cálculo e de nomenclatura.

Podem-se eliminar uns largos milhares se criamos a categoria dos "à procura do 1º emprego", pois não vamos considerar desempregado quem nunca trabalhou.

Uma boa ideia para o esforçado ministro, Vieira da Silva.

A maré alta do desemprego tem uma má solução em tempo de crise e quando sopram ventos maus.

Se não está na sua mão alterar o mercado de trabalho, é sempre possível alterar as estatísticas.

Alguma coisa se pode aproveitar.

As gaivotas deveriam ter levado muitos problemas que não são exactamente de agora.

O fisco, "fareja" incessantemente para que não prescrevam as dívidas.

Mas algumas coisas ou procedimentos, parece-me que são suspeitosas.

Não se pode arrebanhar as notas de qualquer maneira e sem lei.

Quantas notas cabem, bem prensadas, numa caixa de sapatos?

Depende do número do calçado que use o "sem-vergonha" ou caloteiro.

Muito dinheiro já desapareceu como areia duma qualquer praia que o mar vai corroendo, mas ambas as coisas estão nalgum sítio.

É impossível que as tenha levado o vento.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

- O homem que nunca amou apaixonadamente ignora a metade mais formosa da sua vida ! (Stendhal)

ELEIÇÕES ESPANHOLAS




Um comício eleitoral, consiste em intentar convencer de algo, um grupo de pessoas, que já estão convencidas disso de antemão !


ESQUEÇAMOS AS PROMESSAS ! ! !

Necessitamos ter uma memória excelente, digo mais, de elefante, para nos esquecermos de todas as promessas que nos fizeram os líderes políticos.

Umas consistem em melhorar o futuro imperfeito e outras em rectificar o passado irreparável, mas as que tiveram mais êxito público, não foram certamente as económicas.

Isso de oferecerem a quase todos, uma moderada quantidade de euros, que nunca vêm por mal, mas se visíveis, é algo que não falha mais que o seu incumprimento.

Eu, que já vivi diversas épocas, pensava que todo o mundo está disposto a acudir quando o chamam ao engano, mas afinal não.

Segundo uma sondagem "Flash", do Metroscopia, a ladainha de promessas eleitorais encontrou-se com a maior indiferença.

Se não com a maioria, com uma indiferença bastante crescida.

É confortador que o sofrido povo espanhol tenha alcançado a maturação democrática ao fim de poucos anos.

Já se sabe que o que se diz durante os períodos eleitorais deve entrar por um ouvido e sair por outro.

A quem ficou com algo dentro do ouvido, tem macaquinhos no sótão, ainda que posteriormente os use para recordar a quem lhes mentiu.

Há cada vez menos pessoas que acreditam nos caldos concentrados e nesses contos-do-vigário que se vendem acompanhados de tesourinhas, para que os carecas possam cortar o cabelo, no caso de que ele lhes impeça a visão.

O bom é que não somos rancorosos.

O povo perdoa aos embusteiros e compreende que para tentar ganhar as eleições lhes digam que vamos ganhar a vida em melhores condições.

Normalmente a participação prevista nas urnas ronda os 70 %.

Que resultado alcançariam se não se tivesse gasto tanto dinheiro em comícios e em tanta saliva nas declarações?

Talvez o número se mantenha invariável.

A verdadeira fé não se define por acreditar no que se vê, mas sim em acreditar no que não se verá nunca.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

- As cidades são o abismo da espécie humana ! (Jean Jacques Rousseau - filósofo suíço, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata)

DI STEFANO - O DEUS dos RELVADOS



Avião do Real Madrid, baptizado, "La Saeta", ( a seta ou flecha), em homenagem a Di Stefano, (na foto, o da bengala).





Desde Walt Whitman (*), que não se havia dado semelhante esplendor na relva.

Apesar de português, senti uma "pequena lágrima ao canto do olho" das que ainda me restam, ao ver Di Stéfano, receber o Prémio Presidente da UEFA, que é o Nobel do futebol.

Antes de inaugurar uma estátua com a sua imagem, da autoria de Pedro Montes, no estádio de Valdebebas com o seu nome, ( onde joga a equipa B do Real Madrid ), Di Stéfano recebeu de Michel Platini o prémio “Presidente UEFA”.
“Entre os nomes escritos a ouro na história do desporto, há um lugar especial para Alfredo Di Stéfano.

A história do futebol não pode ser imaginada sem ele.

- "É o primeiro prémio que entrego como presidente da UEFA e apenas os grandes receberão esta honra.
Obrigado por tudo”, afirmou o dirigente francês.

Jogou pelas selecções da Argentina, da Colômbia e de Espanha.

A "Flecha, ou Seta loira", como o designaram, é agora um senhor calvo e com bengala, mas continua a acertar em todas as Dianas.

Em jovem, "Cho", como carinhosamente o tratavam, até voava.

Ensinava muito, quer depois dos jogos, quer nos programas desportivos, sem câmaras.

- " O futebol é uma coisa que se faz a correr e tudo o que faças tens que o fazer a correr".

Era um inveterado bebedor de whisky e comedor de percebes.

Não sei se continua a sê-lo.

Também falar de futebol era considerado adequado ao seu interlocutor, fosse qual fosse.

Li algumas entrevistas dele e sempre disse o que todo o mundo dizia, mas gostava de lê-lo.

Foi o maior jogador que pisou relvados espanhóis e principalmente do Real Madrid, de quem é presidente honorário.

Com ele, não se podia chamar um desporto colectivo.

O mesmo se pode afirmar do boxe e do ténis, mas ele era uma estrela que sempre brilhou.

Quem melhor o definiu foi, Pedro Escartín, (jogador internacional, que acabou a carreira muito jovem devido a lesão pulmonar, árbitro prestigiado a nível internacional, foi membro e presidente do Colégio Nacional de Árbitros espanhóis, seleccionador espanhol), que descodificou e descreveu a diferença dos grandes directores de orquestra, Pelé, Maradona, Cruyff e do homem que sozinho era uma orquestra inteira.

"Cho" começou a jogar a médio direito, mas um dia resolveu perguntar ao técnico "porque não jogava no campo todo, lá na frente".

Honra!

Honra a este espanhol-Argentino, que ficou para sempre em Espanha.

Sabe-o bem "Martin Fierro" de cor e salteado e ouve tangos logo pela manhã.

O que diria a relva, do Santiago Bernabéu, se falasse?

(*)
Poeta norte americano, (1819-1892).
A sua maior obra, com 7 edições, algumas ampliadas com poemas, foi a que
desde 1855, (por conta própria, publicou), denomina-se, "Leaves of grass", (Folhas de Relva).


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

- Nunca faças o que te desagrada ver fazer a outros ! (Tales de Mileto, matemático e filósofo grego, 640-548 a.C.)

A CIDADE DAS FLORES



Estas "flores" que se seguem, foram "compradas" por aí ...









A floricultura é uma tradição das mais festejadas e arreigadas na Holanda.

Por esta razão, não é de estranhar, que lá se realizem, alguns dos mercados de flores mais sortidos e espectaculares do mundo.

De todos esses mercados, o de Keukenhof é o mais impressionante.

Festejado só durante oito semanas no ano, durante Abril e Maio, o mesmo é especializado em tulipas.

Mais ou menos 7 milhões destas plantas, são semeadas no Outono, na procura de formarem todo o tipo de padrões, formas e combinações impressionantes, para não falar no variegado das suas cores.

Quando o mercado se inicia, as plantas encontram-se no seu apogeu e momento óptimo de floração, dando aos visitantes uma paisagem assombrosa.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

- O preconceito é uma opinião não submetida à razão ! (Voltaire)

CORRIDA AOS MERCADOS



Está meia cheia ou meio vazia?


Um mau cliente.

Quando se esperam días piores para passar nos ghichés de pagamento, ninguém atira nada pela janela e ante o temor de uma vida futura mais apertada o pessoal cuida mais da carteira.

Não estaremos a exagerar demais?

O consumo tem crescido a um ritmo menor do que há alguns anos, se bem que seja verdade que nesse período havia tido um impulso.

Continuamos a ser, segundo nos contam testemunhos presenciais, uma das últimas potencias mundiais, ainda que de verdade não haja mais que sete, (G-7), mas apanhámos um tal cagaço que não nos conduz a parte nenhuma, exceptuando à miséria.

O dinheiro é um nómada e se o impedimos de movimentar-se languidamente acaba por apodrecer.

O Anuario Nielson 2008, em Espanha, que estabelece muito cuidadosamente os seus dados, explica que as vendas de alimentos embalados, que representam quase 50 % do cabaz de compras das famílias espanholas, cresceu.

Isso deve-se a muitas coisas, entre elas, a mais decisiva é a escassez de avós.

As mulheres mais velhas espanholas.

Deus as abençoe, são as únicas que sabem guisar e estufar.

Ás suas filhas é igual que entaipem ou encerrem a cozinha, já que a maioria, por sorte, trabalha fora.

Uma situação assim, que conspira contra a sobremesa com a mesma intensidade que contra o primeiro prato, faz que se acumulem latas de conserva nas despensa.

O medo, segundo está demonstrado, é pior do que aquilo que se teme.

Por que é que os espanhóis começam a adquirir artigos não perecíveis a curto prazo - nunca são imortais - até atestarem a despensa?

Não há que esperarem tempos piores, já que eles sempre vêm, mas tão-pouco há que adiantar os calendários.

Há que ouvir menos discursos catastrofistas e acreditar menos em ofertas.

Todavia não é necessário guardar embalagens de leite condensado e tabletes de chocolate.

Não estamos em guerra.

Os únicos que lutam até à morte, são os partidos políticos e isso é, porque lhes vai a comida com o poder.


domingo, 17 de fevereiro de 2008

- O maior juiz dos teus actos deves ser tu mesmo e não a sociedade ! (Dalai Lama)

ESTUPEFACÇÃO !






Algo há que fazer, ainda que tudo já deveria ter sido feito antes, no combate à droga.

Em Espanha, li há pouco tempo, que o departamento encarregue da drogodependência, apresentou um livro para desmistificar os falsos tópicos que acompanham o consumo de certas substâncias viciadoras.

De repente e sem que seja necessário lê-lo, pode afirmar-se que se trata dum best-seller, já que é grátis e teve uma tiragem de quatro milhões de exemplares.

Muitos mais dos que se venderam, de outro livro de grande êxito, intitulado, "Sexo oral, guia do gourmet".

Trata-se de convencer os consumidores de drogas, antes que estas os consumam, de que as propriedades que se lhes atribuem não são verdadeiras e por isso nada nem ninguém pode beneficiar com elas.

Não é certo que a cannabis possua prodigiosos efeitos terapêuticos e além do mais não seduz, nem a heroína fumada seja controlável, nem que o álcool combata o frio.

Também é mentira - tudo isto segundo o livro - que deixar de fumar, engorda, já que o que engorda, é não deixar de comer entre um cigarro e outro.

A indubitável boa intenção do livro carece, ainda que sejam pormenorizados os efeitos de cada substância, de certa equiparação ou confrontação.

Como é que pode ser igual fumar com o consumir cocaína?

Tão-pouco é o mesmo beber um copo, ou mais, que usar a heroína como aperitivo.

Na minha já longa existência, nunca vi ninguém entrar numa tabacaria, com uma caçadeira de canos serrados e pedir um maço de SG Gigante, nem num bar, exigindo que lhe sirvam uma cuba livre, num copo esguio, tipo tubo, com muito gelo.

Em tudo isto há importância.

Quando pretendemos ser uns virtuosos dos nossos vícios nunca havemos de encontrar a evasão, mas sim o moderado prazer que nos oferecem.

Que se empenhem em proibi-lo é o único que nos deixa estupefactos.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

- Ninguém é bom por acaso; a virtude deve ser aprendida ! (Sêneca, filósofo latino, 4 a.C.-65 d.C.)

QUANDO O LONGE … É PERTO




Os imigrantes, em linhas gerais, não estão ao corrente dos comunicados do G-7 e não se inteiram de como vão as principais economias do mundo, basta-lhes saber como vão as suas.

O nosso governo, não teve piedade e mandou-os borda fora, àqueles que desembarcaram, talvez por não conhecerem os bons caminhos, nas costas algarvias.

O governo espanhol tem-se mostrado mais hospitaleiro e concedeu dois milhões de autorizações de residência, nos últimos quatro anos, mas parece-me que não previu como lhes ia dar de comer a estes hóspedes.

Neste ponto, o nosso governo foi mais previdente.

Em Espanha, quase um quarto deles encontrava-se sem emprego no mês de Janeiro, logo numa altura que começavam a ser espanhóis.

Talvez nem tanto como lá, nem tão-pouco como cá, mas seria mais sensato convidar para nossa casa só quando dispomos de mais quartos.

Há que ter em conta que todos, inclusive os de mais perto, vivem longe.

A distância confunde-se com o sentimento e não se pode medir só em quilómetros o trajecto que vai desde os seus corações, até ao país onde ficou a família à espera do regresso.

A chamada "crise financeira global" já apunhalou muitos globos.

O que vão fazer os que estão sem trabalho, que foi ocupado pelos imigrantes, porque os nativos não queriam trabalhar nesses ofícios?

Quem professa um certo pessimismo antropológico assegura ofensivamente que vai crescer a delinquência.

Todos sabemos que há muitas possibilidades de ser "cidadão exemplar" se possuirmos dinheiro. "

Tu és bom porque levas uma boa vida", disse o poeta.

O problema é, o que vão comer os imigrantes no desemprego, agora que a cesta de compras ameaça arrastar o IPC, (Indíce de Preços ao Consumidor), para níveis históricos.

O pão, a carne, o peixe, a fruta, tudo subiu, como cá em Portugal.

Mas o leite bateu todos os recordes, tendo aumentado mais de 30 %.

Eles estão-se borrifando para o preço do leite.

Valia a pena vir de tão longe?

Para essa viagem não necessitavam de alforjes.

Está claro que para eles os alforjes eram os estômagos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

- A nossa memória é a nossa coerência, a nossa razão, a nossa acção, o nosso sentimento.
Sem ela, não somos nada !

(Luis Bruñuel, director de cinema espanhol, na sua autobiografia Meu Último Suspiro)

FOTOGENIAS







Adverte António Machado, (*) em, "Juan de Mairena" que, para um homem público, é tão grave não ficar bem em público, como para uma mulher pública não ficar bem em privado.

Daí que os políticos cuidem extremamente a imagem que projectam, que nem sempre coincide com a verdadeira.

Regra geral, para cair bem, utilizam as crianças, os mendigos e os cegos.

Por cá, fazem-se passar por passarinhos e vão esvoaçar e cagar para os Zés e as Marias deste rectângulo, normalmente em mercados e feiras.

Vendem a mercadoria toda bem impingida por força da lábia bem decorada nos compêndios da igreja.

Quem pode desaproveitar, quando falta pouco tempo para que a gente opte pelos menos indesejáveis, para não se perpetuar junto a algum componente destas confrarias?

Aos líderes melhora-se-lhes o perfil, pelo menos o exterior, quando se mostram sorridentes junto a uma criatura de poucos anos, sobretudo se vive nalgum orfanato.

Tão-pouco estão mal vistos quando se mostrem afectuosos com um desses pobres que não dão um ai, já que quase ninguém lhes dá uma moeda para o prato, mas o mais eficaz é que ajudem a cruzar a calçada a um cego, ainda que o cego não tenha a menor ideia de atravessá-la e oponha uma resistência moderada ao acto de trasladá-lo.

A urgência para recrutar votantes indecisos, com a condição de existir um fotógrafo por perto, é uma prática quase universal.

Inclusivamente os últimos papas, colocaram, se bem que por breves momentos, chapéus regionais para demonstrar inequivocamente que o país do planalto que visitavam, figurava entre as preferências do Sumo Fazedor.

Agora, a candidata Clinton, esposa do ex presidente, aparece fotografada junto a uma criança mexicana, com o uniforme de gala de lugar tenente de Pancho Villa.

O seu rival Obama está a comer-lhe terreno, mas como não o pode acusar de canibal, quer captar o eleitorado hispano e vê-se na necessidade de recorrer a tudo.

Tem que ganhar no Texas e no Ohio, mas a sua campanha depende dos chefes de campanha.

São os marechais de imagem.

(*)
Antonio Machado (1875-1939) poeta espanhol, cujo pseudónimo era Juan de Mairena.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

- O homem verdadeiramente nobre é aquele que sabe ser verdadeiramente justo ! (Fenelon, bispo e escritor francês, 1651-1715)

O MAIOR INIMIGO : A BALANÇA ! ! !







Segundo cálculos aproximados, EM ESPANHA, morre uma pessoa em cada semana por ter decidido fazer uma operação contra a obesidade.

Por cá não morre ninguém, porque não há estatísticas ...

Não ficaria nenhuma da Santíssima Trindade, se essa prática tivesse sido imposta noutras épocas, mas agora está na moda oferecer um aspecto o mais parecido possível que se mostra nas exumações.

Muita gente quer perder parte do seu volume corporal e deixa o seu corpo presente na sala de operações.

A proliferação de operações cirúrgicas, levou estes assuntos à justiça, mas os cirurgiões advertem que este tipo de operações é sempre arriscado.

Por que está tão mal vista a gordura, que é onde há mais coisas para ver?

Oxalá que nos cuidemos com o mesmo esmero, na linha interior.

Salvo os casos extremos da chamada obesidade mórbida que fazem perigar a saúde, desprender-se de um bocado da barriga, mediante a intervenção do bisturi é duma frivolidade temerária.

Claro que é pior fazê-lo por intermédio da ginástica.

Sempre houve gordos e magros - Gregório Marañon, (*), escreveu um livro muito a sério, com esse título, "Gordos y flacos (1926)" - do mesmo modo que sempre houve ricos e pobres, ainda que devamos procurar, neste último caso, que não sejam sempre os mesmos.

A natureza leva a mal que a contrariem.

Recordo-me do grande Edgar Neville, (**), que se internava numa clínica caríssima de emagrecimento e quando lhe perguntavam como suportava o seu voluntário "tormento", explicava que era subornando os enfermeiros para que lhe fizessem chegar, a qualquer preço, lulas fritas.

O medo a que na balança não saia o célebre papelito dizendo: "pesem-se um de cada vez", é o culpado dos quilos a mais.

As pessoas gordas pensam ser bem humoradas e corteses.

De Chesterton, (***) dizia-se que em mais do que uma ocasião havia cedido o seu assento no autocarro a duas senhoras.

(*)
Gregório Marañon, (1887/1960), intelectual, médico e escritor espanhol, que escreveu sobre quase tudo, inclusive cozinha, arte, história, moda, etc.
O livro, "Manual de diagnóstico etiológico", escrito com outro colega, teve um sucesso estrondoso em todo o mundo.
Um Hospital em Madrid, cidade onde nasceu e morreu, tem o seu nome e foi aí onde se iniciou a trabalhar, antes de ser destituído e ter que se exilar.

(**)
Edgar Neville, (1899/1967), formado em Direito, escapou por pouco a ser fuzilado no início da Guerra Civil Espanhola, dado estar casado com a aristocrata intelectual e artista, Conchita Montes, sua 3ª esposa.
Chegou a participar no elenco do filme de Charlie Chaplin, "Luzes da Cidade". Foi correspondente de guerra do franquismo.
Por causa da sua paixão pela gastronomia, a sua saúde levou-o a diversos internamentos em clínicas de emagrecimento.

(***)
Gilbert Keith Chesterton, (1874/1936), escritor de diversos temas, desde jornalismo, poesia, ficção etc.
Era uma figura imponente com 1,93 m e pesando cerca de 134 kg.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

- Uma vida sem auto-avaliação é uma vida que não é digna de ser vivida ! (Pascal)

QUE AMOR DE PARELHA ! ! !





Hillary leva a sua avante, que é a dos dois.

Por sua parte, Bill está a demonstrar que a sua inquebrantável adesão foi coisa de uns dias e que a lealdade é uma virtude mais importante que a fidelidade.

A sua compenetração na campanha eleitoral constitui um exemplo.

Hillary e Bill, são um só homem ou melhor, uma só mulher e começaram a concentrar-se nas primárias, estimando as suas desavenças como algo muito secundário.

Para lograr essa admirável união, não só faz falta ter capacidade de esquecer, como também, económica.

Os seus inimigos reprovam-nos por serem ricos.

E as pessoas fixam tudo.

Acumularam uma grande fortuna desde que ele abandonou o poder, mas ela quer, depois de ser primeira dama, que o seu marido seja o primeiro cavalheiro.

Conhece-se o que se passa em casa de cada um, que era a Casa Branca, como em nenhuma outra.

Faz falta ser milionário para ser candidato e prometer-lhes, a milhões de pobres, que vão melhorar a sua sorte?

Agora propagou-se que Hillary adiantou 5 milhões de dólares, cerca de 3,4 milhões de euros, para os primeiros gastos da sua campanha eleitoral.

Tirou-os do seu repleto bolso e o desembolso é perfeitamente legal, mas permite a suspeita de que se trata de uma contribuição voluntária ou de um investimento, à espera que que o divulgado desembolso se converta num reembolso.

O que algo quer, algo lhe custa e aos Clinton, de momento, custou-lhes 5 milhões de dólares.

Nem tanto ao mar nem tanto à terra.

Muitos cidadãos, na América do Norte, como noutros sítios, preferem ser governados por pessoas endinheiradas, usando o tosco argumento de que se são ricos, não se vão "governar" com nada que não seja seu.

Nem sempre é válido.

Todos temos conhecimento de pobres que se conformam com o que têm e ricos insaciáveis, aos quais lhes parece sempre insuficiente a sua riqueza.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

- O olho do observador interfere com o objecto observado. Só um fantasma se embrulha no seu passado, explicando-se a si próprio com autodefinições baseadas numa vida já vivida.
Tu és aquilo que escolhes ser hoje, não o que escolheste antes !

PAISAGENS …









A paisagem depende de quem são os seus admiradores.

Como vai ver o panorama, um operário da construção civil, do local onde se situa a Praça Sony, depois de soerguerem mais umas toneladas de betão e ferro.

Não é certo que a demolição e a posterior elefantina construção, beneficie alguém, (a não ser o promotor) e talvez, em época de concertos, os moradores, poupando-os a barulhos.

Mas o palco não era para ter ficado virado para o rio?

Obras portuguesas.

Esta demolição vai deixar a animação desanimada.

É que o betão não diverte ninguém.

Não é certo que a divisão se estabeleça entre os que vêem tudo negro ou branco: há que acrescentar um terceiro grupo, bastante maioritário, formado pelos que percebem perpectuamente que a vida é cor de rosa.

Volta e meia chega uma inútil e estrepitosa revolução, ou uma algazarra e esse colorido, rosado como um crepúsculo, tinge-se de vermelho com o sangue que provoca a cólera dos humilhados e ofendidos, que se mistura com a hemoglobina dos privilegiados, onde há sempre uma alta percentagem de inocentes.

Por sorte está muito longe de Portugal essa constante histórica.

Um provérbio africano aconselha a não se blasfemar contra Deus por ter criado o tigre, mas sim agradecer-lhe, que não lhe tenha dado asas.

Tudo depende do ponto de vista e a verdade é que se exagera nas penúrias que alguns sofrem, ou seja, os de sempre, com notável antecipação.

Somos deficitários de optimismo.

Abundam os compatriotas aos quais dizes: "que bom dia está hoje" e te respondem, "ainda o pagaremos".

Temos que tomar nota da "retoma" e da não existência de crise, mesmo que a inflação seja sempre superior ás adivinhações dos bruxos e adivinhos que se postam no alto do posto de comando.

O crescimento com todas as turbulências nos mercados financeiros, para "nós" não será problema.

Para o ano seremos "mais altos".

Temos no governo pessoas sensatas e nenhum fala por falar.

De qualquer modo, nestes casos, têm que empregar a tese que mais nos convença.

Só espero que eles não acreditem no que nos dizem.

O que for chegará.

Sobretudo se a economia explodir.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

- O homem só é infeliz quando é injusto ! (Demócrito, escritor grego, 460-370 a.C.)

A BOLSA ou a BOLSA ! ! !




As Bolsas e as vidas estão intimamente relacionadas e quando se produz um desmoronamento das primeiras, caem os escombros sobre as outras, cuja única vantagem consiste em que estão acostumadas a sobreviver entre quotidianos terramotos.

O pânico das bolsas afecta mais quem tem dinheiro, como é natural, já que a escala de Ritcher não rege os pobres.

Como não se lembram de comprar jornais não podem ler, em primeiro lugar, as cotações da Bolsa, o que lhes evita cair numa depressão maior.

Quem não tem uma ideia muito clara sobre a Euribor, o Ibex, Dow Jones e outros parecidos, desfrutam dum sonho mais profundo depois da chamada "segunda-feira negra".

Quase todas, ou mesmo todas as segundas-feiras são negras.

É o dia da semana que regista maior número de suicídios, sobretudo na Primavera.

Agora, ainda que estejamos em pleno Inverno, aconselham-nos calma, muita calma.

Esta sensata recomendação é a mesma que exibir num salão de festas, instalado num sótão, dum vetusto edifício, um grande cartaz dizendo que, em caso de incêndio não convém alarmar-se.

O inestimável Ministro da Economia, Manuel Pinho, não quer alarmismos e não devemos exagerar, que a economia caminha … por aí ...

No que devemos dar-lhe razão é que nas debandadas pisa-se muita gente e aí não devemos perder a calma já que quiçá seja isso o único que podemos conservar.

Os especialistas em finanças reconhecem que a situação se transbordou e há valores que perderam muito valor, mas ainda que se perca dinheiro, não devemos perder os nervos.

Em Wall Street teme-se um descalabro similar ao do 11 de Setembro, mas não deixa de ser confortável que o medo não tenha chegado aos aspirantes a "milionários-pobres"(aqueles com cursos superiores, que esperam entrada no mercado de trabalho e vivem em casa dos pais).

Já que lhes há-de chegar.

De momento gozam da mesma vantagem dos órfãos: uns não têm que fazer ofertas no Dia do Pai e outros não têm medo de perder parte da sua fortuna.