terça-feira, 28 de agosto de 2007

BEBEDORES PASSIVOS




























É necessário conseguir que ninguém morra prematuramente, embora saibamos que todas as mortes são prematuras.



Mesmo aquele, de Glenn Ford, penúltimo mito de Hollywood, maltratador por exigências do guião, de Rita Hayworth, que era como um incêndio de uma só chama.

O murro de direita que assestou em Gilda, foi o mais célebre do século passado, salvo o que Cassius Klay assestou em Foreman.

Glenn Ford tinha 90 anos, mas o que é isso na história do tempo.


O tempo, que só é uma película de sessão contínua.


Para que será esse nosso empenho de durarmos mais que a nossa biografia?


Estamos no alvorecer da entrada em vigor da lei antitabaco e parece-me que ninguém ainda mexeu uma palheira.


Mas vejamos as coisas pelo seu lado bom.


Existirão cerca de 10.000 estabelecimentos (?) que irão ser abrangidos ?

Talvez não haja nenhum, pois até à data, ou a lei é permissiva ou ninguém lhe ligou.


A chamada guerra do fumo, como todas as guerras, acabará, ganhando-a os fanáticos, ainda que alguns, timidamente, peçam uma moratória, para se adaptarem ou fazerem as obras necessárias.


Assim ressuscita a sinistra figura do denunciante, que nos pode delatar a qualquer momento.


Só iremos poder fumar diante de pessoas de muita e sólida confiança, ou no quarto de banho de nossa casa.


Trata-se de viver sempre, coisa que todo o mundo sabe, se consegue, se não contrairmos um cancro do pulmão ou uma cardiopatia isquémica, como ocorre aos fumadores passivos .


Quando formos derrotados, nós os fumadores activos, começaremos outra batalha: a de proibir, de beber em público.


Ninguém ignora, o mal que faz ao fígado dum abstémio, ver como alguém, que parece estar transitoriamente de boas relações com a vida, pedir o seu segundo Whisky de malte.


Mais a mais, quando é um mentiroso, porque é o terceiro!

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