quinta-feira, 23 de agosto de 2007

ARMAS - NEGÓCIOS NÉDIOS !










































(Desculpem, mas esqueci-me de cortar as unhas dos pés.)




As fábricas de armas não temem pelo seu futuro.

Nestas empresas não há o menor risco de salários em atraso ou despedimentos.

No negócio de matar não há esses altos e baixos, tão comuns nos outros comércios ou indústrias, nem há flutuações nos lucros finais.

A Bolsa pode subir ou descer, mas a vida, quero dizer a arte de arrebatá-la ao inimigo, sempre outorga crescentes lucros.

Por via disso, muitos países e em Portugal também, nos esmeramos em fabricar artefactos cada vez mais eficazes e que tenham um grande êxito comercial.

Não há indicadores, em Portugal, os números da produção industrial de armas de fogo estão protegidos por segredo estatístico, tanto no que diz respeito ao número de armas fabricadas, como no que concerne à facturação.
O capítulo "Fabricação de armas e munições" do "Inquérito Anual à Produção Industrial", do Instituto Nacional de Estatística (INE), refere que Portugal fabrica armas de guerra, revólveres, pistolas e espingardas, mas não os valores da produção e das vendas destas armas.
Quem consultar os referidos inquéritos, verá que o lugar onde estes valores deviam estar descritos, está preenchido por um tracejado cuja legenda é a seguinte: "Segredo Estatístico".

Pensa-se que o negócio de exportação, tenha aumentado 150% ou mais.
Para dissimular essa grandiosa exportação, chamamos-lhe de “material de defesa”, como se não servisse também para atacar.

Vender bem, sem ver a quem, é o nosso lema.

Os “anseios infinitos de paz” que todos proclamamos compensam-se com os anseios infinitos de que nos comprem todo o material bélico que fabricamos de diversas tecnologias, incluso as de “uso duplo”, ainda que se empregue da mesma maneira.

“Tristes armas se não são as palavras”, mas todos os governos permitem que se fabriquem e quando alguma ultrapassa em efectividade as tradicionais, fala-se hipocritamente em chegar a um acordo para moderar o seu emprego.


1 comentário:

AGRIDOCE disse...

Esta é a grande realidade. E é a humanidade que temos, ou não.
Quem produz e tenta deixar de produzir, rapidamente vê a sua fatia de mercado arrebatada pelo "compincha dissuasor" de produção de armas... de defesa.
Lembro-me de, uma vez num jantar, alguém que estava na mesa se levantar direito a mim, quase a esmurrar-me, por eu ter empregue o termo "indústria de armamento", que ele logo afirmou espumando não existir. Indústria, teria que ser um termo usado só em linhas de produção de outros bens que não de armas. De defesa ou de ataque. É uma perspectiva fanática que, tal como noutros campos (o ambiente é outro) só poderá passar à realidade... nunca. Ou tarde de mais, o que vem dar ao mesmo.
Gostei desta entrada na abertura da época bloguística.